Ela acaricia a toalha de mesa
Como os cabelos de uma criança.
Talvez pretenda ali entranhar
Uma porção de nada, de cinzas.
Talvez esteja brunindo
O ponto ocupado
Por uma ausência
Numa lasca de espelho.
Ou apenas queira sentir
A remota temperatura
De uma imagem que gotejou
Das suas pupilas dilatadas.
9 comentários:
Deliciosamente belo o seu poema!
Quanta ternura!
Um abraço carinhoso
ele precisa de faca ou de flor...
agora sim, já fiz minha boa versão do dia.
beijo, criatura azul!
Que melancolia é essa poeta!
uma beleza de carinho
:)
bjo
hum...
comentario dispensavel, um oferecimeneto de S.
beijinhos
Aquele "Ou", ininiciando a ultima estrofe, deu um caráter duplo, quer dizer, que nos jogou da incerteza dos pensamentos à ternura, como bem comentado ali em cima. Uma aditiva ou adversativa... nada disso, ou as duas regrinhas.
O que pensava, sentia, foi capaz de a tirar de cena, para rememorar a intensa e longínqua experiência.
Gostei dos teus escritos. Te sigo daqui. beijo, Janice.
Tá certo que eu não sou exatamente uma criatura normal, mas uma toalha de mesa é como uma roupa de família, a veste que testemunha a fome e a ira dos que são ou estão mais famintos.
beijo.
Eu fiquei um ano sem falar com o meu digníssimo pai por causa de uma, a toalha favorita da minha mãe, que ele queria dar para a medusa com que vivia. A toalha da minha mãe, não!
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