É preciso olhar o dia por um microscópio.
Você parecerá, então, um titã com amplo domínio
Sobre as horas minúsculas. Uma espécie de Gulliver.
Porém, não mire a olho nu o firmamento,
Não pense diante do mar
(ele jamais foi um acúmulo de gotas),
Não olhe nos olhos dos grandes panoramas,
O geográfico, o histórico.
Porque toda essa grandeza o recordará
Do frágil fio do seu olhar,
Do ofício sinistro das Parcas,
Da tesoura de Átropos.
E parecerá tão iminente não estar mais aqui.
Jacob Matham, As Parcas, gravura (1587) |
5 comentários:
ô zeus! que maldade...
Triste, mas pura verdade.
Por Júpiter, Marcantonio!
Triste é se dar conta da própria pequenez. Desafia a vontade de permanecer.
Esse é um assunto que a Mai adora.
Falando nela, você tem notícias? Parece que ela é da região serrana do Rio de Janeiro que foi alagada.
Eu e alguns amigos estamos preocupados com a falta de notícias.
Abços
Rossana
Tudo numa só palavra: perfeito.
Grande abraço.
Em tempo: estou usando, aos pouquinhos, algumas das suas pinturas para ilustrar os poemas do meu blog.
e quantas vezes nós tão menores não somos por completos homenzinhos nas mãos de simples bactérias, mas ha´esse outro olhar proposto no poema,
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