Oh, cândido poeta,
segues espargindo pétalas
pelo caminho,
caracol apressado
que leva às costas
a casa sempre ensolarada
com jardim anexo;
tua voz é uma flauta,
tua língua um arco-íris.
Às vezes, me adoecem as tuas cores,
e o teu sorriso-soro-glicosado.
É preciso ter alguma revolta consciente,
alguma mordacidade
que faça rosnar ao menos um verso
entre os caninos à mostra;
ou mesmo furar um dedo
na recordação do pacto com a morte.
Talvez simular que os cortes do teu pulso
ainda não estão cicatrizados,
para a que a dor que deveras sentes
pareça ainda maior.
Porque só assim o teu poema presente
terá alguns ramos balançando
ao vento do futuro, do teu, do nosso.
Obs. Após clicar em Publicar Postagem, apareceu no painel do Blogger um anúncio Google: Chega de Lágrimas (com marca registrada). Só rindo mesmo.
3 comentários:
Fortes versos. Fortes versos. Fortes versos.
Perturbador, inquietante. Sempre sempre. E é bom, lógico.
beijos
oh grande poeta, tem noção da inquietação que sua palavra gera?
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